(Para ler ao som dessa música, que será comentada mais adiante)
Porque eu gosto de sorvete de menta com chocolate e detesto sorvete puramente de chocolate? Porque prefiro água à Coca-cola (tá, nem sempre, mas a maior parte do tempo). Por que prefiro Agatha Christie a Conan Doyle, Dean Koontz a Stephen King, José Lins do Rêgo a Jorge Amado?
O cerne da questão é: o que fez de mim um cara que, ao mesmo tempo que é ranzinza é bem humorado e um cara incrivelmente romântico e apaixonado? Não sei, não saberia dizer.
A verdade é que a vida me levou a ser um homem que acredita no amor entre duas pessoas, sejam lá quais forem essas pessoas, suas condições sociais, seus backgrounds.
Hoje cedo, descobri que há uma música da cantora britânica Sade que não entrou em seu mais novo álbum, de 2010, Soldier of Love (aliás, para quem quiser, a música que dá título ao álbum pode ser ouvida nesse link, e também é lindíssima). O título da música é Love is found (O amor foi encontrado). E isso me remeteu, de imediato, ao fato de eu estar amando, de ser um homem apaixonado. Sim, encontrei o Amor. Não um amor qualquer, não um amor em minúscula. A vida me trouxe um amor verdadeiro, um amor sem precedentes. Por que ao ouvir a música logo lembrei do meu Amor, Deus saberá. A explicação, talvez, remeta ao simples fato de que a gente não precise explicar certas coisas na vida. Elas são assim, axiomas, explicam-se sem palavras, sem gestos nem imagens. Apenas são.
E é justamente desse tipo de Amor que fala Love is found da Sade. Fazia tempo que precisava descobrir música boa, e Sade sem dúvida foi a melhor redescoberta de minha vida recente. Passei 2010 encantado com este novo álbum dela, e ter descoberto essa música logo cedo foi um presente não apenas para mim, mas para todos aqueles que sabem o que é Amar.
É justamente ao ouvirmos a voz de Sade dizendo que sabe o que quer, que eu me banho na certeza nítida de que eu também, Sade, encontrei o Amor.