Sem parar, sem parar... Não, não para!


Uns, tem compulsão por chocolate. Outros, por comida de uma forma geral. Bebidas também entram nesse hall, e como estamos falando de exageros, geralmente é pela porta que só traz problemas. A de outros - hum - é por sexo. Já namorei gente assim. Por um tempo é bom, mas depois cansa, como todo excesso.

Desde que o mundo moderno se configurou como tal, criou-se o conceito de "sociedade de consumo". Daí foi um passo pras compulsões em torno disso.

A minha, por exemplo, é comprar livros.

Não tem jeito. Todo mês eu digo que vou controlar meus gastos. Que a Livraria Cultura nem a Saraiva, e muito menos a Saraiva virtual, vão sequer ter notícias minhas. Que eu preciso comprar meu apartamento. Terminar de pagar meu carro. Aí a Saraiva lança uma promoção com 30% de desconto acima de quatro livros. Lá se foi toda a minha resolução de não comprar livros tão cedo. Do que adiantou eu ficar entoando meu mantra por horas a fio? (que não era outra coisa senão uma forma de ficar tentando me convencer do que eu preciso fazer).

Pra terminar de lascar tudo, eu tenho ótimos amigos, que dizem coisas do tipo: "Ah, Marco, livro é sempre um investimento, vão ficando pra velhice." (Tá, Eugênia, você não. Você é a única que diz: "Marco, e o seus planos?!"

E se eu não tiver velhice, vão pra onde? Acho que eu entendi qual é a deles: ficar com meus livros de herança. Só pode. (Tá de novo, Eugênia, eu sei que eu já disse que meus livros serão a minha herança pra você, mesmo você não querendo porque prefere não pensar que eu vou te deixar algo de herança, mas vai que? E aí? Você vai ter que dividir, eu digo logo...)

Níveis de ansiedade, eu tenho muitos. Experimente falar comigo em finais de semestres, com provas a corrigir, redações pra ler, material pra rever e semestre letivo pra concluir! Geralmente você vai me encontrar comendo ou bebendo algo, que é onde despejo isso. Mas compulsão, aquela com Czão, é pra comprar livros.

Quando me mudei pra esse apartamento onde moro hoje, fui na casa dos meus pais, onde mantenho os livros que venho juntando ao longo da vida (nem imaginem em quantos eles já estão a essa altura...) e peguei uns 15, dizendo pra mim mesmo: vou trazer só esses aqui, lê-los, e depois compro outros.

Eu cumpri o que disse? Hehehe Claro que não. Hoje, já não tenho onde colocar livros aqui em casa, e estou pra desobeder o pedido encarecido da minha faxineira: "Marco, por favor, evite guardar livros no chão, porque dá tanto trabalho pra arrumar", me suplicou outro dia, com um ar de tristeza que quase me fez tirar a vassoura e o espanador da mão dela e fazer tudo eu mesmo, por pena.

O que eu tenho a dizer é: Verônica, querida, já já eu vou fazer você chorar. E ai de você, se aparecer um livro amassado!

E aos meus amigos, a minha futura herança!
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3 Comentarios "Sem parar, sem parar... Não, não para!"

  1. Mas o problema do vício é que tem coisas que não há mal em fazer , mas fazer demais e sempre é um problemaaaaa.... kkkkkk Volto a votar no apartamento próprio!

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  2. Depois de ler seu post, fiquei a pensar e percebi que não possuo compulsão "séria" por algo determinado... Possuo sim, muuuuitos desejos que sempre quero uma, duas, três vezes, mas acho que esses desejos são naturais do ser humano...Enfim, o segredo da compulsão é não ser egoísta, mas sim, ser compulsivo por várias coisas que lhe faz bem, mas sem esquecer a ideia do apartamento é claro.


    Inácio Júnior

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  3. Marquinho, to na correria, mas vou deixar um comentáriozinho...rsrsrs Eu já te falei da minha tristeza em ver tantos livros parados sem as pessoas lerem, né....Afinal, alguém já disse: "livro fechado, não gera conhecimento" (sei lá se é isso mesmo...hahahaha). Eu sei que você concorda comigo, mas sei também que seu amor ao seus livros é muito maior que o desapego....hahahahah Quem sabe um dia, você monte uma biblioteca para o público...conte comigo, que envio-lhe os meus....rsrsrs bjs

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