Já havia alguns dias em que nada no cinema nacional me movia o suficiente para que eu fosse ao cinema. Foi quando li a sinopse de Como Esquecer, um filme com Ana Paula Arósio e outros atores que já estiveram em novelas, e outros que não estiveram que simplesmente roubam a cena.
SINOPSE
Júlia é uma professora universitária de 35 anos, que é abandonada pela companheira depois de uma relação que durou mais de 10 anos. O filme, narrado pela própria Júlia, se propõe a resgatar não os cacos da relação, mas à compreensão do que fez dela um oceano de emoções tempestuosas, entremeado pelo vaivém da vida que segue, ainda que aparentemente não queira seguir, a partir de sua relação com o amigo gay Hugo e a amiga (não gay) Lisa, com os quais acaba indo morar.
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O filme não é arrebatador. O tema também não é, em absoluto, novo. Entretanto, o que faz o filme gostoso de ser visto é a delicadeza com que a diretora Malu De Martino trata o tema. Ana Paula Arósio convence no papel de uma mulher lésbica que busca forças pra levar a vida... E o melhor é que o espectador fica livre dos clichês de sempre, como gritarias, choradeiras dramáticas e frases do tipo "minha vida acabou". Pode até ter acabado mesmo, mas isso fica pra nós, do lado de cá da tela, tentarmos compreender atraves de suas ações. Os clichês não são lançados para quem vê o filme, que está ali pra ser sentido.
Além de gostar de algumas atuações em particular, como a da já mencionada Ana Paula Arósio, o personagem de Arieta Corrêa rouba a cena. É fantástica em todos os momentos do filme.
Algo que também me aproximou da beleza da película é a forma como Júlia encara a situação. Ela busca viver os dias sabendo que a dor é contínua, mas sabendo também que usar o seu corpo e o corpo de outras pessoas poderá resolver a dor apenas ali, no momento, e que depois tudo volta, eliminando assim mais um clichê ("nada como um novo amor pra esquecer um velho amor"), que sabidamente não funciona porque não são bem assim as coisas do coração.
Muito do que nos toca está contido na bela trilha sonora, na delícia que é vermos na tela valores humanos relacionados ao Amor já esquecidos, e tão deturpados nessa era em que tudo é descartável e substituível, até mesmo quem passou anos e anos de uma vida só ao lado da gente.
O final também não segue regras mas, quando a película acaba, saímos do cinema com a sensação de que não poderia ter sido outro. Vale a pena ser visto, porque, apesar de ser um filme cuja história é baseada na dor, nos dá a ideia de que, em seu devido tempo, o Sim vem, seja lá como for.
Oi Severo
ResponderExcluirNão vi esse filme, não encontrei pra ver num cinema perto, mas pretendo locá-lo, promete.
Meu amigo, estou preocupada contigo, então quer dizer que voltou às 11 horas diárias? Se cuida, ok?
Saudades de falar mais contigo.
Beijão,
Adriana